sexta-feira, 10 de junho de 2011

Comparsa por uma noite


O último fim de semana foi tenso. Passei por uma situação hilária, para não dizer trágica. Estava na cidade de Olhos D'água, perto de Alexânia (GO), com três amigos para curtir a Feira do Troca, um evento cultural que ocorre duas vezes ao ano lá. No sábado rolou uma baita festa na cidade e Eu, Miquéias, Antônio e Kinsley fomos curtir. Foi bacana, tinha todo tipo de música e foi só curtição.

Mas, conforme as horas vão passando e você começa a tomar uma coisinha chamada álcool os sentidos se desvirtuam e o que é curtição vira lombra. Lá pras 3h da manhã, pelo que me lembro, a festa já tava no fim e a Polícia já mandava as pessoas fecharem os bares. Por volta desse horário, lá estavam o Miquéias e Eu rindo, conversando com todos que passavam pela rua, enfim, chapados. Foi neste momento que percebi dois homens tentando fazer uma moto (só o bagaço) pegar. Como eu estava muito doido, do nada abordei os caras e já fui subindo na moto deles falando que eu ia fazer aquela bagaça pegar no tranco.

Daí subi na moto e sai empurrando ela ladeira abaixo em zigue-zague, estava muito ruim mesmo. De repente a moto fez uns barulhos e pegou, eu nem acreditei e fiquei zoando. Os carinhas vieram até mim rapidinho e subiram os dois na moto e foram embora. Eu saí de lá bem feliz, rindo e fui encontrar o Miquéias contando pra ele a história e continuamos a beber.

Passou uns 10 minutos e a gente viu uns dois caras indignados. Quando cheguei perto de um dos homens o cara tava falando numa velocidade, mas numa velocidade sinistra. Acho que ele falava tipo umas 10 palavras por segundo, bem tenso. Mas mesmo assim entendi a seguinte frase que saiu da boca dele: "roubaram a moto do meu irmão". Eu já tomei as dores e comecei a questionar ele e o irmão dele pra saber as circunstâncias do furto. Ele começou a falar da moto, como ela era, que era velha, toda fudida.

Após ouvir tudo, com o pouco de consciência que ainda tinha juntei as peças: "Caracas, ajudei a roubar a moto desse roçeiro". Nessa hora me bateu um desespero e eu tava tão ruim que confessei pra eles que eu tinha feito uma moto pegar no tranco há poucos minutos. Os dois irmãos arregalaram os olhos sobre mim e em vez de eu ficar gelado eu comecei a rir igual a um doido. Eles continuavam me olhando e eu explicando pra eles e rindo ao mesmo tempo comentando que não sabia de quem era a moto e só ajudei os doidos que estavam fazendo ela pegar.

Nisso passou uma viatura da PMGO, e um dos caras (que eram irmãos) foi falar com eles sobre o furto. Após isso a guarnição da polícia saiu e eu fiquei lá conversando com os caras e explicando que eu ajudei a roubar a moto involuntariamente. Fiquei lá por uns 20 minutos proseando com eles, e agora sim eu já tava com meu c* trancado achando que ia apanhar lá. A sorte foi que ao longe apareceu um farol e um barulho de escapamento lascado vindo em nossa direção - era a moto que eu tinha ajudado a pegar no tranco. Os dois que estavam na moto encostaram e desceram, um tava com o olho roxo e outro todo sujo. Logo em seguida apareceu a viatura da polícia militar e encostou perto.

Os caras que tinham pegado a moto diziam que só fizeram isso pra ir em algum lugar comprar umas pingas e eu fiquei ouvindo isso perplexo e aliviado ao mesmo tempo pela moto ter aparecido. Nesse momento eu só lembro de um guardinha lá da cidade e meu colega Miquéias me puxando pra longe de lá que os verdadeiros donos da moto e os que furtaram começaram a meio que discutir. Nesse momento percebi que a polícia deveria ter pegado os caras que furtaram a moto e os encheu de porrada, momento em que percebi que a coisa mais correta a ser feita era seguinte: sair vazado de lá e fui o que fiz! Só fiquei sabendo que no outro dia alguém foi esfaqueado lá na cidade...
 

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